
Nesse
sentido, o escritor espanhol Enrique Vila-Matas escreveu o premiado romance
"Bartleby & Co.", criando um catálogo de muitos
"Bartlebys" na literatura, ou seja, escritores que empreendem “a
escrita do não". Não apenas na literatura, mas no pensamento político
moderno, escritores como Michael Hardt deram exemplos baseados em Bartleby,
refletindo a perspectiva revolucionária na luta contra o imperialismo
econômico. Não por menos, o conto continua atualíssimo em sua dimensão estética
e sociológica, firmada na atitude do protagonista e de seu afastamento de um
mundo alienante e hostil. Prova disso foi a sua adaptação recente para o para o
teatro (março de 2007), realizada por Alexander Gelman e Company of Organic
Theater Company, em Chicago, Illinois.
No
Brasil, o conto “Os Diamantes chegaram”, de Luis F. Veríssimo, também possui
uma grande semelhança com a história de Bartleby, ao retratar a vida de
Ubiratan S., um funcionário público que cumpre suas tarefas muito
burocraticamente. Contudo, assim no conto de Melville, o que se sobrepõe ao
leitor atento é a recusa à banalidade do cotidiano, embora as devidas
diferenças no final de cada texto: enquanto a vida de Ubiratan S. É um pouco
mais excitante, a de Bartleby o leva ao fim da prórpia existência – desfecho
inexorável da condição humana, mas que poderia ser mais digna, ao menos em
momentos decisivos da história, quando é preferível não fazer o que se impõe...