terça-feira, 30 de outubro de 2012

Resultado do Concurso Literário do Edital 04/2012 - Gênero Poesia


Prezados leitores,

é com prazer que trazemos ao conhecimento do público os textos escolhidos no certame do Edital 04/2012 organizado pela Revista Encontro Literário. Como estava previsto no edital, foram selecionados 05 (cinco) poesias para serem publicadas na página da revista. Esses textos serão exibidos em postagens separadas, logo abaixo desta. Estão dispostos em ordem alfabética segundo seus títulos, ou seja, a ordem em que são apresentados não corresponde a uma classificação.

Agradecemos a todos os participantes e aos leitores da Revista. Esperamos que vocês possam continuar participando dos nossos editais, além de acompanhar as postagens que são feitas mensalmente por nossos editores.

Informamos aos autores dos textos selecionados que o envio dos certificados de Menção Honrosa e do livro indicado no edital como premiação será feito até o dia 30/11/2012.

Relação de Poesias Selecionadas

Amor em matemática, de Amelia Luz
Animais de rua, de Adriano Vinicio da Silva do Carmo
Pelas derradeiras horas de Nava, de Matheus Vital O. Mendes
Soneto torto, de Everardo de Paiva Andrade
Vidas transitórias, de Klaas Kleber

Poesia selecionada no Edital 04/2012 - "Amor em matemática"

Amor em matemática

por Amélia Luz *



Minha vida é uma equação
Sem fórmula, sem solução.
Relaciono medidas
Calculo áreas,Sou mesmo um polígono torto...
Componho um triângulo amoroso, doloroso,
Somo problemas inconsequentes,
Subtraio prazeres incertos
Multiplico questionamentos
Dividindo meus sentimentos...
Sou um teorema estranho,
Inexato, sem explicação,
Coração bigeminado
Caminho desgastado
No perímetro da vida.
Sou Regra de Três
Ou jogo de xadrez
Num xeque-mate
Que não me permite divisibilidade!
Emoções surradas, na teima
Na lida, na espera!
E a segunda milha?
Com quem trilhar? Haverá?
Estrangulada a aorta martela,
Matematicamente batendo a vida,
Num compasso de alternâncias...
Sangue vivo no vai e vem
Martirizando a minha mente,
Injustamente!
Asfixia! Na representação gráfica, a asfixia...
O sangue é tóxico, a vida é vã,
Sem poesias, alegrias ou metáforas...
Temperamental, maníaca,
Nada sabia, entretanto,
Que na matemática da vida
Não há cálculo, nem médias,
Nem sequer regras rígidas.
Não há ciências exatas nas operações...
Escondido, na palma da mão
Eu tenho em segredo
O quociente da situação.
Transformo investimentos afetivos
Com altas taxas de juros
Em saldo real, positivo,
Significando o meu lenitivo
De continuar solta, em abstração,
Na matemática fria da minha emoção.


---------------------------------------

* Amélia Luz nasceu em Pirapetinga/MG, onde mora. Escreve crônicas, contos e poesias com premiações em vários estados do Brasil e também em Portugal, Espanha, França e Itália. É membro de diversas associações literárias contribuindo com o seu trabalho em favor da divulgação da Língua Portuguesa. Formada em pedagogia – Administração Escolar e Magistério – Orientação Educacional – Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa – Pós-graduada em Planejamento Educacional e Psicopedagogia na Escola, faz da palavra a sua companheira na oficina de versos onde trabalha todo dia. Contato: amelialuzz30@gmail.com

Poesia selecionada no Edital 04/12 - "Animais de rua"

Animais de rua

por Adriano Vinício da Silva do Carmo* 


Animais de rua,
Que triste caso
Não é fácil
Viver ao relento,
Ao asco

Animais de rua,
Filhote perdido
Não tem ninguém
Vive indo
Escondido

Animais de rua,
Sem carinho...
Não é simples
Sentir-se
Sozinho

Animais de rua,
Sempre aqui
E não na lua!

Animais de lua,
Que triste espaço
Só vejo o cosmo
Soprar o vento
Tácito

Animais de lua,
Filho ferido
Da Gaia Mãe
Vives ressentido
Em ser...

Animais de lua

Animais de lua
Na Terra!

Excluídos
De si mesmos,
De sua gente!

Viver afastado
Ser animal e
Ser gente

Ser de rua e
Ser da lua

Ser bicho e
Ser gente.

---------------------------------------
* Adriano Vinício possui título de bacharel em Comunicação Social e atualmente é mestrando em Comunicação pela UFJF, desenvolvendo pesquisas nas interfaces Comunicação, Educação e Tecnologia. Criado em Iapu (leste de Minas Gerais), vive em Juiz de Fora desde 2006. Possui interesses artísticos ligados à literatura, poesia e ficção científica (em especial a futurista). Contato: adrianovinicio@gmail.com

Poesia selecionada no Edital 04/2012 - "Pelas derradeiras horas de Nava"


Pelas derradeiras horas de Nava

por Matheus Vital de Oliveira Mendes *
                         
                                 ´´A vida é um romance sem enredo.``
                                                               Pedro Nava

Sentado à calçada, Nava se envulta
Por nove travestis e seis prostitutas.
Sentado na calçada, Nava se sepulta
Com um calibre 32, apoiado na nuca,
Dirigindo-se ao seu venerável undiscovered country.

Sentado à calçada, Nava matutava
Talvez exasperado, ou passivo.
Sentado na calçada Nava recusava,
Qualquer convite venial de cópula.

- Mas poderia ser amor, senhor,
Emprestado por dinheiro?
- Mas é cópula, pois sou indelevelmente médico,
Recostado sobre alcunha de escritor.

Pedro Nava, sentado na calçada,
Na rua da Glória, perto de casa,
Despedia toda dor. E escrevia
Primeiras palavras de um novo enredo,
A ser escrito pelos manejantes
                 [De sua memória,
Que o enredo da vida não é nadinha nosso.

                                     28/08/2012

---------------------------------------
* Matheus Vital de Oliveira Mendes nasceu em 1993 e estudou a maior parte da vida na Escola Municipal Cosette de Alencar, passando posteriormente ao Colégio Stella Matutina, ambos em Juiz de Fora. Hoje frequenta o Bacharelado em Interdisciplinar em Humanidades da UFJF. Em 2011 foi selecionado como um dos cinquenta autores a serem publicados pela edição do segundo concurso de poesia Amigos do Livro/ Flipoços, prêmio literário paralelo ao Festival Nacional do Livro de Poços de Caldas/MG. Contato: matheusvitalomendes@gmail.com

Poesia selecionada no Edital 04/2012 - "Soneto torto"

Soneto torto

por Everardo Paiva de Andrade *


dê-me uma tese em 2 v. de mil p.
e o vento forte do Isaac à beira-mar
dê-me uma dúzia de copos vazios
e essa sede de alastrar incêndios

dê-me a divina benção sobre o lucro
e a roleta de um banco oficial
dê-me o canto d’Os cantos de Pound
e toda ira do poeta contra a usura

dê-me a aspereza das tardes cruas
a nota de uma trova em mil palavras
dê-me a própria dor por companheira

e a esperança bem no vidro da janela
dê-me o tempo perdido, a lembrança
e o retorno é o que vai neste soneto


---------------------------------------
* Everardo de Paiva Andrade assim se descreve: "Nasci em Itaperuna, cidade do extremo noroeste fluminense. Fui uma criança sorridente e de certo modo ainda me considero uma pessoa feliz. Acostumei-me a ser sempre o mais novo da turma e agora, cada vez mais, me sinto o mais jovem dos velhos. Fui estudante de História, o que me deu uma profissão e uma angústia, porque não pude fazer o mundo que imaginava impossível. Integro (se é que ainda me querem por lá) as academias itaperunense e campista de letras, essas belas experiências de vanguarda na retaguarda local. Publiquei dois livros de poesia, um no início da década de 90, outro na de 2000, e de novo já se passaram dez anos... Retornei a Niterói e vivo hoje onde e como escolhi, embora aquela voz persistente insista aos meus ouvidos que não cumpri integralmente uma promessa. Sou professor na Faculdade de Educação de uma universidade pública, lidando com jovens estudantes de História, e gosto do que faço. Não pretendo regressar a Itaperuna quando concluir minha desaprendizagem. Está bom assim!" Contato: everardo_andrade@uol.com.br

Poesia selecionada no Edital 04/2012 - "Vidas transitórias"


Vidas transitórias


por Klaas Kleber *

Chegará o dia em que meus olhos
ofuscados pelo nevoeiro da morte
já não perceberão pela vista
o lacrimar dos ausentes
aguardando o exalar
do meu último suspiro

Chegará o dia em que meu rosto
regelado pelo sopro da morte
já não perceberá pela tez
as mãos cálidas dos ausentes
aguardando a despedida
da minha última existência

Chegará o dia em que minha memória
viverá nas lembranças fugazes
na efemeridade dos sonhos
dos ausentes mortais
aguardando o seu tempo
que também há de cessar

E quando esse momento chegar
eu terei desvanescido
para a eternidade

---------------------------------------
* Klaas Kleber, nome artístico de Kleber José dos Santos, é natural de São João del Rei, Minas Gerais/Brasil. É ator, diretor, professor e arte-educador e tem os títulos de Licenciado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP/MG; e Mestre em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa – ESTC (Artes Performativas – Teatro do Movimento). 
Sempre vinculado a projetos de grande importância artística e destaque social vem realizando, no decorrer de sua carreira, um efetivo trabalho como encenador, formador e preparador de atores. 
Entre outros projetos executados por Klaas Kleber destacam-se os cursos de Capacitação – Teatro Educação (direcionado aos professores do ensino regular); Festivais Estudantis de Teatro; Mostras de Cênas Curtas; e projetos de caráter artístico-social – Teatro na Comunidade. Autor do livro: Corporeidade e fisicidade: o treinamento do clown enquanto instrumental técnico e artístico na formação do ator. Editora Chiado, Lisboa, Portugal, 2010. Contato: kkarlequim@bol.com.br


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Coletânea Quinze Contos Mais

Caríssimo(a) Leitor(a),
         Com   grande   alegria  trago-lhe  o  primeiro   volume  da  coletânea  15 Contos+. Aqui você encontra quatorze contos de vários autores, um conto meu e o prefácio de José Cláudio Adão. O projeto 15 Contos+ é uma iniciativa sem fins lucrativos que propõe destacar, a cada ano, textos de autores independentes que publicam na Internet. Ao fazer isso, esperamos tornar-nos boa referência para quem gosta do gênero conto ou se dedica à arte de contar, divulgando bons trabalhos de autores brasileiros, amadores ou profissionais, ainda pouco conhecidos do público leitor em geral.
         Como toda mãe que traz à luz um filho muito desejado, com imensa alegria vi este projeto crescer, o que só foi possível graças à colaboração de todos os colegas que prontamente aceitaram meu convite para participar do primeiro volume e gentilmente cederam-me seus contos, autorizando-me a publicá-los e distribuí-los sem ônus. A esses colegas quinze mil vezes “obrigada”, quinze mil vezes quinze, mais dez! Quanto à organização deste volume, dispusemos os contos por autor, em ordem alfabética, e ao final de cada um, informações adicionais. No tocante à nova ortografia, conservei a opção de cada autor(a). Assim sendo, pode-se encontrar ocorrências de ‘ideia’ ou ‘idéia’ ou casos semelhantes nos diversos textos e não creio que tal escolha possa confundir o leitor e comprometer a qualidade dos textos. No mais, desejo-lhe boa leitura e de já convido-lhe a acompanhar as publicações do projeto e conferir os próximos volumes.
Um abraço fraterno,
Helena Frenzel
Autora e Editora.
Para baixar (versão PDF ou Ebook) a presente obra, acessar http://quinzecontosmais.blogspot.com.br/