Amor em matemática
por Amélia Luz *
Minha
vida é uma equação
Sem
fórmula, sem solução.
Relaciono
medidas
Calculo
áreas,Sou mesmo um polígono torto...
Componho
um triângulo amoroso, doloroso,
Somo
problemas inconsequentes,
Subtraio
prazeres incertos
Multiplico
questionamentos
Dividindo
meus sentimentos...
Sou
um teorema estranho,
Inexato,
sem explicação,
Coração
bigeminado
Caminho
desgastado
No
perímetro da vida.
Sou
Regra de Três
Ou
jogo de xadrez
Num
xeque-mate
Que
não me permite divisibilidade!
Emoções
surradas, na teima
Na
lida, na espera!
E a
segunda milha?
Com
quem trilhar? Haverá?
Estrangulada
a aorta martela,
Matematicamente
batendo a vida,
Num
compasso de alternâncias...
Sangue
vivo no vai e vem
Martirizando
a minha mente,
Injustamente!
Asfixia!
Na representação gráfica, a asfixia...
O
sangue é tóxico, a vida é vã,
Sem
poesias, alegrias ou metáforas...
Temperamental,
maníaca,
Nada
sabia, entretanto,
Que
na matemática da vida
Não
há cálculo, nem médias,
Nem
sequer regras rígidas.
Não
há ciências exatas nas operações...
Escondido,
na palma da mão
Eu
tenho em segredo
O
quociente da situação.
Transformo
investimentos afetivos
Com
altas taxas de juros
Em
saldo real, positivo,
Significando
o meu lenitivo
De
continuar solta, em abstração,
Na
matemática fria da minha emoção.
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* Amélia
Luz nasceu em Pirapetinga/MG, onde mora. Escreve crônicas, contos e
poesias com premiações em vários estados do Brasil e também em Portugal,
Espanha, França e Itália. É membro de diversas associações
literárias contribuindo com o seu trabalho em favor da divulgação
da Língua Portuguesa. Formada em pedagogia – Administração
Escolar e Magistério – Orientação Educacional – Comunicação
e Expressão em Língua Portuguesa – Pós-graduada em Planejamento
Educacional e Psicopedagogia na Escola, faz da palavra a sua
companheira na oficina de versos onde trabalha todo dia. Contato: amelialuzz30@gmail.com
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