quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Dica de leitura: Cem Sonetos de Amor, de Pablo Neruda

Com uma beleza intensa e crua, os Cem sonetos de amor refletem a parte mais apaixonada da obra poética de Pablo Neruda. Escrevendo-os para Matilde, sua grande paixão, o poeta chileno ofereceu à sua musa uma linguagem tão sensorial que se pode saborear cada poema, provando-o nos lábios. Elaborados para serem lidos em voz alta, uma vez que são ricos de significados e tornam a leitura encantadora, os sonetos não apenas são um “gozo da linguagem”, numa alusão ao prazer do texto a que se refere Roland Barthes, mas também remetem às muitas imagens que Neruda utilizou para retratar o seu amor pela amada. E com tal poesia a musa do poeta é retratada, que nos permite também compará-la a um rio caudaloso que inesgotavelmente alimenta a sensibilidade e o oceano criativo do poeta como se lê no soneto XVII, só para citar alguns dos incontáveis versos: "Te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma." É em meio a essa "escuridão" que o amor se estende para além dos que se possa esperar dele.
Sendo, portanto, um tema literário e universal, por excelência, não importa em qual idioma o amor é descrito, se existe ou não, mas quando ele pode ser cantado com tanto enlevo e vigor, nada melhor do que ao menos mergulhar na profundidade dos 100 sonetos de Neruda, que oportunamente os dividiu em 3 períodos do dia (manhã, tarde e noite). É assim que o grande poeta andino tenta transmitir toda a essência do amor em suas múltiplas faces, ora aludindo à natureza, ora ao cotidiano intenso da mulher... 

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