RASTRO
á r v o r e d o á r v o r e d o
e s q u e c i m e n t o a l u m b r a m e n t o
para não sofrer com : palavra dos mortos
a praga dos mudos que atrai a felicidade
exigir que os vivos cabeça à espera da
circulem o eixo do nudez para florescer
mundo – sua agonia .................................
ilustra a desonra do .................................
corvo ....................... .................................
......................o lucro .................................
do escárnio.............. .................................
á r v o r e d o ( )
exílio cevada onde .................................
não estivemos, raro .................................
piano em esqueletos .................................
disposto – árvore do .................................
incêndio saliva gare .................................
des mots dos mortos .................................
... le jour ne sait pas ton nom, ni ne le pourrait. tant
cris de pluie dorment encore dans les arbres: embora
o machado esteja vermelho, o ouriço come folhas de
embaúba, o ouriço come folhas de bambu, o ouriço
vai suavemente sobre a relva ao encontro da sombra,
sua irmã de pêlo escuro: o ouriço não anda quando o
sol está de pé ................................le jour est aussi une
nuit lumineuse e ‘ÕNYÃM – OOURIÇO TUTHI XUX MÃHÃ
filho da mesma flora, o leopardo salta na linguagem e
arranha: EKUN TOFOJU TANAN leopardo olhos de fogo
ao lançar-se no espaço defende outro arco-íris, o dia
e a noite fazem sua camisa – aquela que o leopardo
sua ao dar-se curvo no salto. seu arco, seta do próprio
sangue, dispara: o leopardo sob a íris renasce, filho da
mesma aragem, rapto de si, senhor que não se declara
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bien sûr, dirão os temerosos da palavra, já não se mira
no fruto o que foi a árvore, tomai bebei a gramática,
levai, aos domingos, vossa língua ao ácido silêncio:
EL SIGNIFICADO NO TIENE SEMILLAS, pois cortou-se o
mal pela raiz: não há floresta, signos bichos não há
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á r v o r e d o á r v o r e d o
a l u m b r a m e n t o e s q u e c i m e n t o
para não sofrer com a palavra morta oouriço
e o leopardo crescem na jaula da história, sua cabeça
repousa no hímen da noite a noite grávida de sóis
EL SIGNIFICADO ES SEMILLA
: OPEN THE WINDOW :
OOURIÇO TUTHI XUX MÃHÃ
EKUN TOFOJU TANAN OS
DOIS ENTRE AS ÁRVORES
são o que não parecem: quando transitam com suas
memórias de londres, há quem lhes diga: – je ne
vous connais pas. se rolam em sua veste tecida pelos
ancestrais, não há quem lhes diga: – my brother. no
ESPAÇO ENTRE UM PASSO E OUTRO UM SALTO E OUTRO
oleopardooouriço ofende a calmaria dos verbos, sua
fala saliva para nutrir a árvore das árvores – a que
tem raízes para o céu e flores para a terra. se roesse
a língua, ao invés de engordá-la, oleopardooouriço
não teria como divorciar-se dela. por isso a ternura
das garras/o veludo da pele, presente que mutila para
engravidar o futuro. oleopardooouriço recusa a cidade e a floresta reage anti-linguagem
á r v o r e d o á r v o r e d o
e s q u e c i m e n t o a l u m b r a m e n t o
Edimilson de Almeida Pereira: Possui Graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1985), Mestrado em Literatura Portuguesa (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990), Mestrado em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1996), Doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e Pós-doutorado em Literatura Comparada (2002) pela Universidade de Zurique. Atualmente é professor titular da Faculdade de Letras, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Cultura e Identidade, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira poesia, cultura afro-brasileira imagens/ identidades, cultura popular tradição modernidade, literatura juvenil e infanto-juvenil
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